História da Paróquia São José

Mensagem do Pároco

Caros amigos,

Dirijo-me a todos vós, paroquianos praticantes e, de um modo particular, a vós, que habitais na paróquia mas que, acreditando ou não em Deus, não sentis necessidade de vir ao encontro dominical dos cristãos. Permiti que, como novo pároco, vos saúde a todos, com a mesma estima e o mesmo abraço de amizade.
O Papa Francisco começa a sua exortação apostólica, “O Evangelho da alegria”, que é o seu documento programático, com estas belas palavras: “A alegria do Evangelho enche o coração e vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria.” (EG, nº1)
Esta é a experiência de uma imensa multidão de homens e mulheres de todos os tempos e também de hoje. O encontro com Jesus Cristo, morto e ressuscitado, salva-nos da tristeza, do vazio, do sem sentido e enche o coração e a vida inteira daquele que O conhece e O segue.
O lema do plano pastoral da Diocese de Coimbra, assumido pela paróquia, tem esta frase bíblica. “Aproximai-vos do Senhor.” Todos somos pobres e pecadores e, como o filho pródigo do Evangelho, temos a tentação de partir e viver uma vida sem Deus, mas também todos passamos por momentos na vida onde, “caindo em nós”, nos perguntamos: “Mas a vida é só isto?” Não fui criado para maior plenitude? Estas perguntas são uma graça divina, são elas que nos permitam fazer como o filho pródigo: “Levantar-me-ei e irei ter com o meu pai e dir-lhe-ei: “Pai pequei contra o céu e contra ti.” E o coração do Pai enche-se de festa, pois “há mais alegria no céu por um só pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam de arrependimento.” Diz ainda o papa Francisco na mesma exortação: “Quem arrisca, o Senhor não o desilude; e quando alguém dá um pequeno passo em direção a Jesus, descobre que Ele já aguardava de braços abertos a sua chegada.” (Eg nº3)

Jesus fundo a Sua Igreja e antes de partir para Céu deu-lhe como missão: “Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto Vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos.” (Mt 28,19). A missão da Igreja é anunciar Cristo pela Palavra e pelo testemunho da caridade, e oferecer à humanidade as fontes da salvação através dos sacramentos, para que as pessoas façam a experiência de encontro com Ele e se tomem discípulos que O seguem vivendo os seus ensinamentos tornando-se agentes da transformação do mundo, sendo sal da terra e luz do mundo, como nos disse Jesus: O Novo Testemunho mostra-nos a Igreja dos inícios e diz-nos que os discípulos eram assíduos ao ensino dos apóstolos (formação da fé) à comunhão fraterna (testemunho da unidade e alegria), à fração do pão. (Eucaristia) e às orações. Entre eles não havia necessitados (partilha económica) e era com grande poder que davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus. Em consequência, “todos os dias aumentava o número dos que entravam no caminho da salvação”. Uma Igreja que vive a fé com alegria, traduzida num testemunho de caridade coerente, atrai e cresce cada dia.
A paróquia é a Igreja situada no meio dos casos dos seus filhos e filhas e tem por missão levar-lhe a Palavra da Vida. O edifício da comunidade cristã com a sua torre erguida para os céus lembra a todos os que aí vivem, que Deus está no meio deles e não os abandona. A porta da igreja está sempre aberta como sinal de que a porta do coração de Deus nunca se cansa de nos acolher de nos oferecer as fontes da salvação. Aproximemo-nos pois do Senhor com infinita confiança, pois Ele nos disse: “Vinde a Mim todos vós que andais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei”.
O papa Francisco diz à Igreja no seguimento dos papas anteriores, que não basta estarmos à espera, que as pessoas venham ao encontro de Cristo e da Igreja. Muitas já não vêm e Deus envia-nos ao seu encontro para lhes propor com o nosso testemunho autêntico, o que nos faz viver. O discípulo evangelizador tem de estar convencido “que não é a mesma coisa ter conhecido Jesus ou não O conhecer, não é a mesma coisa caminhar com Ele ou caminhar tateando, não é a mesma coisa poder escutá-lO, ou ignorar a Sua Palavra, não é a mesma coisa poder contemplá-l’O, adoral’O, descansar n’Ele ou não o poder fazer. Não é a mesma coisa procurar construir o mundo com o Seu Evangelho em vez de o fazer unicamente com a própria razão. Sabemos bem que a vida com Jesus Se torna mais plena e, com Ele, é mais fácil encontrar o sentido para cada coisa. É por isso que evangelizamos.” (EG 266).
O meu sonho, caros paroquianos, é ajudar a fazer da Comunidade cristã de S. José uma paróquia viva, ardente de amor Deus, que não possa conter para si a alegria da salvação que experimenta e sinta o imperativo de ir ao encontro dos seus vizinhos para partilhar com eles a alegria que os faz viver, para que, também eles, “se aproximem do Senhor”.

Pe Jorge da Silva Santos (Paróco)

História da Paróquia

A Paróquia de S. José foi criada por Decreto de 16 de Julho de 1932 (Festa de Nossa Senhora do Carmo) do Bispo de Coimbra D. Manuel Luís Correia da Silva. Foi seu primeiro pároco o Pe Ricardo Gonçalves que tomou posse no dia 22 de Outubro de 1932, data da bênção da primeira Igreja.

Seguiram-se-lhe o Pe Abílio Costa, Pe Manuel Marques, Pe Manuel Antunes, Pe Aníbal Pacheco (de 1938 a Outubro de 1974) e, desde 6 de Outubro de 1974, até Setembro de 2017, o Pe João Castelhano. A 8 de Outubro de 2018 tomou posse o atual pároco, Pe Jorge da Silva Santos, tendo na altura como vigário o Pe Filipe Miranda Diniz. Agora de momento tem como vigário o Pe Francisco de Morais Silva.

Situada na altura nos arrabaldes da cidade e abrangendo uma população de 5000 pessoas, o crescimento da população residente foi tão rápido que logo em 15 de Junho de 1939, a Comissão da Fábrica da Igreja decidiu promover a construção de uma nova Igreja. A bênção da primeira pedra tem lugar a 19 de Março de 1954 e a sagração da nova Igreja ocorre a 19 de Março de 1962. Em 1963 dá-se início à construção da residência paroquial.

Em 2 de Fevereiro de 1980 é inaugurado o Salão Polivalente com uma capacidade de cerca de 400 lugares, a nova capela funerária e o arranjo urbanístico do adro.

Em 1982 começa a comemoração das bodas de ouro da paróquia que termina em 18 de Dezembro de 1983 com a sagração do novo altar e inauguração do arranjo interior da Igreja.

O crescimento urbanístico da zona prosseguiu de tal modo que o seu território, com uma população que deverá rondar os 40 000 habitantes, se assume hoje como área central densamente povoada provendo-se que alcance os 50 000 nos próximos anos.

Em 1990 o Bispo de Coimbra D. João Alves anuncia a intenção de subdividir a Paróquia, com a criação da nova Paróquia abrangendo a área do Vale das Flores, Pinhal de Marrocos, Portela e Pólo II.

As Conferências Vicentinas tiveram o seu início a 8 de Janeiro de 1933 (Conferência Masculina – Francisco Xavier – e Feminina – St.ª Teresinha – enquanto a Jovem – S. João Bosco, de 1940 a 1951, e a partir de 1988.

Os escuteiros iniciaram a sua actividade com a constituição do Agrupamento 347 S. Jorge, filiado em Março de 1972. Viram concretizado o seu sonho de terem uma sede própria construída no adro da Igreja, inaugurada em 6 de Junho de 1992 pelo Bispo D. João Alves.

O Apostolado de Oração inicia as suas actividades em 1954 e desde 1974 passou a existir uma Equipa de Liturgia.

Também a partir de 1974 se deu início a publicação da Folha Paroquial, que desde 19 de Setembro de 1976 passa a semanal e nos acompanha de forma contínua.

Em 20 de Abril de 1977 inicia as suas actividades o Centro Social (estatutos aprovados em 1980) com as novas instalações em edifício recentemente adquirido, inaugurado a 19 de Março de 2001, que inclui um Lar (20 idosos), Centro de Dia (45 idosos), ATL (55 jovens) para além do Apoio Domiciliário (25 utentes).

No território da paróquia existem ainda para apoio e serviços pastorais as capelas do Areeiro (invocação de Nossa Senhora dos Remédios, já referenciada no séc. XVIII e ampliada e reconstruída em 1987/88), Arregaça (Quinta das Varandas/ Casa de Formação Cristã Rainha Santa Isabel – invocação de Nossa Senhora da Conceição), Portela (invocação de Santo António) e Chão do Bispo (invocação de Nossa Senhora de Guadalupe, já existente em 1721 e objecto de uma reforma no séc. XIX; possui retábulo de pedra do séc. XVII, com três nichos localizando-se no central a Senhora com o Menino ao colo, de madeira, séc. XVIII).

Em 2010 parte das localidades integradas na Paróquia de São José passaram a integrar a nova Paróquia de S. João Baptista: Alto de São Joãom Areeiro, Boavista, Pinhal de Marrocos, Portela do Mondego, Polo II, Vale das Flores, Vila Franca, Urbanização Quinta da Fonte, Urbanização Quinta da Romeira, Quinda das Nogueiras, bem como zonas límitrofes a estas.

Missão e Visão
Nascemos do encontro pessoal com Cristo, crescemos na comunhão com Deus e com os irmãos, formamos discípulos que evangelizam com ousadia e servem com amor.

O que é uma visão?

Visão é uma imagem do que Cristo nos chama a tornar-nos, como comunidade, para prosseguir a sua missão de salvação, no nosso ambiente concreto. Ela apresenta um futuro duradouro que suscita paixão e força no coração dos fieis. Como a fé, dá a ver coisas antes que elas se realizem (Hebreus 11,1) Ela responde à pergunta: «Para onde vamos?» Onde queremos estar daqui a 10 anos, 15anos?
Na construção de uma visão pastoral entra o sentir do povo. «Eu vi a miséria do meu povo.» Entra o que o Espírito diz à igreja em cada tempo. (O magistério do papa, dos bispos.) entra as nossas santas insatisfações de discípulos-missionários que já temos partilhado.

Características e vantagens de ter uma visão:

É clara e fácil de comunicar, dá um horizonte comum e uma direção a médio ou longo prazo. Preserva da confusão: Por falta de visão o povo entra no caos” Prov 29,18. Quando a visão é partilhada, torna-se fonte de unidade. Dá sentido e coerência às nossas atividades. Ela é espiritual e estimula a fé, a esperança e a caridade.
É audaciosa e entusiasmante, motiva e dinamiza toda a comunidade. «I have a dream» Suscita a criatividade e congrega energias. Porque é ampla implica cada um na missão, segundos os talentos e carismas. Incarnada, leva em conta o meio ambiente comunitário e nos dá segurança.
É realista e serve de critério para discernir as melhores oportunidades. Permite hierarquizar as prioridades e avaliar os nossos avanços.
Andamos há muito tempo a olhar a paróquia, aspetos positivos e limites, o ambiente externo com as suas oportunidades e também com as suas dificuldades. E foi-se gerando em nós, Efap , algum pensamento comum que acabou por ficar com a seguinte redação:
Nascemos do encontro pessoal com Cristo, crescemos na comunhão com Deus e com os irmãos, formamo-nos como discípulos que evangelizam com ousadia e servem com amor.
Poderíamos dizer desta forma: A paróquia de S. José aspira a ser uma comunidade onde todos fizeram a experiência feliz de um novo nascimento em Cristo, pela açao sentida do Espírito Santo, aspira a ser uma comunidade onde todos se esforçam por crescer continuamente na comunhão com Deus e numa comunhão fraterna cada vez mais sentida e vivida. Aspiramos ainda a ser assíduos à formação contínua como discípulos de Jesus e a formar outros para que não fiquemos numa fé básica mas enraizada no Senhor e aspiramos a ser uma comunidade ministerial em que cada um se compromete num serviço segundo os seus carismas, dons e competências. Por último ansiamos ser uma comunidade missionária que se evangeliza a si mesma e está em saída ao encontro dos seus irmãos- vizinhos e dos irmãos que estão longe para lhes levar o pão da Palavra que salva e o pão que alimenta o corpo.
Se reparardes bem servimo-nos de uma analogia para dizermos a visão:
A analogia é a do processo da vida biológica: Nascemos, crescemos e reproduzimo-nos dando fruto. Não nos faltam na bíblia passagens abundantes deste processo comum a todos os seres vivos e também à vida espiritual.
1º Nascemos como crianças frágeis e muito dependentes dos pais. Ainda não suportamos comida forte mas uma comida doseada. Estamos muito dependentes da envolvência, das boas relações de afeto e de amor dos outros. Paulo tem presente esta tenra idade quando se dirige aos novos cristãos renascidos pelo batismo mas que ainda estão no início da caminhada“1*Quanto a mim, irmãos, não pude falar-vos como a simples homens espirituais, mas como a homens carnais, como a criancinhas em Cristo. 2Foi leite que vos dei a beber e não alimento sólido, que ainda não podíeis suportar. Nem mesmo agora podeis, visto que sois ainda carnais.” 1Cor, 3,1-2)
Esta etapa é fundante da nossa fé. Sem ela andaremos sempre a construir sobre a areia, sobre nada. E no início de tudo está o encontro pessoal com Deus, a experiência do Espírito santo que nos transforma. « No início do ser cristão não está uma grande ideia ou um pensamento ético, mas um acontecimento, um encontro pessoal com Cristo, que dá à vida um novo horizonte e com este um novo rumo». Muitos cristãos, batizados, de todas as paróquias nunca fizeram este encontro e desejam-no. Receberam uma fé como herança sociológica, adotaram-na e muitos são cristãos com muito boa vontade e serão salvos por isso, mas eles próprios gostavam de fazer uma experiência mais íntima e profunda que muda a vida.
2º Crescemos e tornamo-nos jovens autónomos. Deixamos de estar tão centrados em nós e abrimo-nos ao amor, capazes de entrar em relações de amor que nos fazem sair de nós,. “1É nele que toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um templo santo, no Senhor. 22É nele que também vós sois integrados na construção, para formardes uma habitação de Deus, pelo Espírito.” (Ef 2,21-22) crescemos na comunhão com Deus e com os irmãos
Terceira etapa
3º Chega a altura da maturidade adulta :
“ A glória de meu pai é que deis muito fruto e assim vos torneis meus discípulos ( Jo 15) “Ele vos conceda, de acordo com a riqueza da sua glória, que sejais cheios de força, pelo seu Espírito, para que se robusteça em vós o homem interior; 17que Cristo, pela fé, habite nos vossos corações; que estejais enraizados e alicerçados no amor. Ef 3,16-1
“. (…) a capacidade de conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo o conhecimento, para que sejais repletos, até receberdes toda a plenitude de Deus.”
Esta etapa, no ser humano, é a do compromisso do casamento e do ter filhos, ou do compromisso numa vocação consagrada: é a altura da reprodução para que a vida não seja estéril. Na vida cristã é também a de permanecer em Deus, comprometer-se com Ele no serviço e na vocação já escolhida e ir criando raízes cada vez mais fortes no amor de Deus.
Não chega semear a semente e deixá-la ao abandono. É preciso semear, (primeiro anúncio), acompanhar o crescimento, formar, educar na fé para que a planta dê fruto. Jesus disse um dia «Contemplai como crescem os lírios do campo…quer dizer: observai o processo do crescimento… e Jesus em S. Marcos acrescenta: «O reino de Deus é como um homem que lançou a semente à terra. Dorme e levanta-se, noite e dia, enquanto a semente germina e cresce, sem ele saber como. A terra produz por si, primeiro a planta, depois a espiga, por fim o trigo maduro na espiga. E quando o trigo o permite, logo se mete a foice, porque já chegou o tempo da colheita».
E S. gregório de Nissa comenta este texto desta forma:
O nosso Criador não nos destinou à vida embrionária; o objectivo da natureza não é a vida dos recém-nascidos. Ela também não visa as épocas sucessivas que se renovam com o tempo pelo processo de crescimento que lhes altera a forma, nem a desagregação do corpo que sobrevém à morte. Todos esses estados são etapas no caminho por onde avançamos. O propósito e o fim da caminhada através destas etapas é a semelhança com o Divino […]; o fim esperado da vida é a beatitude. Mas hoje, tudo o que diz respeito ao corpo – a morte, a velhice, a juventude, a infância e a formação do embrião – todos esses estados, como outras tantas plantas, hastes e espigas, formam um caminho, uma sucessão e um potencial que permite a maturidade esperada.
São Gregório de Nissa (c. 335-395)

O fim de toda a vida cristã é a «semelhança com o divino» outra forma de dizer, a santidade. E nós devemos aspirar a que a paróquia seja uma comunidade de santos a caminho. S. João Paulo II escreveu na Novo Millenium ineunte: “Em primeiro lugar, não hesito em dizer que o horizonte para que deve tender todo o caminho pastoral é a santidade.”(…) Mas, o dom gera, por sua vez, um dever, que há-de moldar a existência cristã inteira: « Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação » (1 Tes 4,3). É um compromisso que diz respeito não apenas a alguns, mas « os cristãos de qualquer estado ou ordem são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade ».[16] (…)Perguntar a um catecúmeno: « Queres receber o Baptismo? » significa ao mesmo tempo pedir-lhe: « Queres fazer-te santo? » Significa colocar na sua estrada o radicalismo do Sermão da Montanha: «Sede perfeitos, como é perfeito vosso Pai celeste »(…) É hora de propor de novo a todos, com convicção, esta « medida alta » da vida cristã ordinária: toda a vida da comunidade eclesial e das famílias cristãs deve apontar nesta direcção. (nº 30-31)
Hoje só vos deixo o processo, a visão de conjunto, para que tenhamos uma bússola e saibamos para onde vamos. O que é importante é remarmos todos na mesma direção. De tal forma que aquela que barre a igreja ou faz os arranjos florais , se lhe perguntarem porque faz isso ela em vez de responder: faça uns arranjos de flores possa dizer: Estou a formar santos para Deus ou sou uma cadeia no processo que começa no primeiro anúncio e que conduz à plenitude da vida cristã.
O que se pretende é uma mudança de paradigma pastoral: Passar de uma pastoral baseada em eventos pontuais e desconexos uns dos outros, a uma visão pastoral que é um processo onde todos se integram, de modo orgânico, no mesmo fim e objetivo.

Alguns de vós já terão visitado a belíssima e vetusta catedral de Chartres em França, inigualável nos seus belos vitrais. Há um belo conto ligado à construção desta catedral que pode ser interessante contá-lo aqui para explicar o que quero dizer:

A história é mais ou menos assim:
Conta-se que um certo filósofo foi um dia visitar a cidade de Chartres. Ao chegar foi observando a azáfama, o vai e vem constante de pessoas atarefadas, o fervilhar de vida e de trabalho da cidade. A certa altura o filósofo deparou-se com um homem que estava a partir pedra e aparentava um enorme cansaço. Treinado, como bom filósofo que era, a fazer perguntas, dirigiu-se ao homem e perguntou-lhe o que é que ele estava a fazer.
O homem que partia pedra, rabugento, cansado, completamente transpirado reponde:
– “A partir pedra! Não vê? É um trabalho difícil, nunca consegui um trabalho a sério, faço o que ninguém quer fazer, estou cansado, cheio de sede… deixe-me em paz”
Silencioso, o filósofo continua a sua caminhada e encontra outro homem que partia pedra e fez-lhe a mesma pergunta:
– “O que estais, meu bom senhor, a fazer?”
– “Estou a partir pedra! É a partir pedra que ganho a vida. Não tenho outro ofício, este é muito duro e cansativo, mas é necessário trabalhar para garantir o sustento da minha família… Olhe, cá me vou arranjando.”
O filósofo continua a andar e encontra um terceiro pedreiro e fez-lhe a mesma pergunta:
– “O que estais, meu bom senhor, a fazer?”
E o homem, erguendo oseu olhar iluminado e feliz respondeu:
– “Eu, meu nobre senhor, estou a construir uma catedral!”

Estavam todos a fazer o mesmo trabalho…o que era diferente? A motivação. O terceiro estava polarizado por uma visão de futuro, a visão de uma bela catedral para adorar a Deus. Ele sabia-se uma parte desse processo orgânico e conexo com outros para que a Visão se tornasse realidade e isso motivava-o. Os outros não tinham visão. O que faziam era um trabalho pontual , desconexo dos outros, sem ver a importância que podia ter no conjunto. Por isso era tão fatigante e cansativo.
A Equipa de animação pastoral e o Conselho pastoral estão ao serviço desta visão e o seu trabalho deve ser constantemente tê-la presente para que todos se sintam envolvidos na construção do novo Templo espiritual ao qual Paulo se refere de uma forma tão bela e tão orgânica Lembro de novo o que já citei no princípio: 1É nele que toda a construção, bem ajustada, cresce para formar um templo santo, no Senhor. 22É nele que também vós sois integrados na construção, para formardes uma habitação de Deus, pelo Espírito.”
A visão é o templo santo…para lá chegar todos temos de nos integrar nessa construção, cada um a seu modo, mas todos a participar para o mesmo, como pedras vivas.
Ora esta visão muda a forma como às vezes nos vemos. Todos sabemos, por experiência, que nas paróquias existe muitas vezes concorrência entre os grupos, porque o meu é que é bom…e não raro, alguns grupos vivem de costas voltadas uns para os outros ou completamente indiferentes. Quando nos deixarmos todos polarizar pela mesma visão que todos queremos construir pode vir a ser diferente…eu percebo então que, cada um, é um elo necessário da construção que se eles faltam, a construção vai ficar desequilibrada.
Termino hoje com avisão geral do processo.
Agora poderíamos começar a explicar cada ponto da visão e onde cada grupo se situa no processo orgânico da construção da visão.
Onde se situa o Alpha? E a catequese de infância? E os coros? E a lectio Divina? E a adoração? E as células paroquias de evangelização? E O conselho económico? E a equipa de comunicação? E os Vicentinos? E o escutismo? E os jovens?

Algumas datas
16 de Julho de 1932 Criação da Paróquia
22 de Outubro de 1932 Bênção da primeira Igreja
Posse do primeiro Pároco, Pe. Ricardo Gonçalves
15 de Junho de 1939 A Comissão Fabriqueira decidiu promover a construção
da nova Igreja
19 de Março de 1954 Bênção da primeira pedra da nova Igreja
19 de Março de 1962 Sagração da nova Igreja
Demolição da Igreja velha.
1963 Início da construção da residência paroquial
20 de Abril de 1977 Início das actividades do Centro Social
18 de Dezembro de 1977 Início das obras do Salão Polivalente, arranjo do Adro e da nova Capela Mortuária
2 de Fevereiro de 1980 Inauguração do Salão Polivalente (capacidade estimada de cerca de 400 pessoas), arranjo urbanístico e nova Capela Mortuária.
18 de Dezembro de 1983 Bodas de Ouro da Paróquia
Sagração do novo Altar
Arranjo interior da Igreja
6 de Junho de 1992 Inauguração da Sede dos Escuteiros
7 de Janeiro de 2000 Bênção dos Painéis de azulejo comemorativos do Jubileu 2000
19 de Março de 2001 Inauguração das novas instalações do Centro Social (Lar – 20 idosos; Centro de Dia – 45 utentes; ATL – 55 jovens; Centro de Apoio Domiciliário – 25 utentes). Edifício adquirido em 1997.

16 de Junho de 2001

 

24 de Junho de 2010

 

Bênção do Grande Vitral da Ressurreição (última obra do Monsenhor Nunes Pereira)
Criação da Paróquia de S. João Baptista
Párocos e Equipas Sacerdotais

Párocos

Coadjutor/Equipa Sacerdotal (*)

1932-1933 Pe Ricardo Gonçalves
1933-1937 Pe Abílio Costa Pe Manuel Antunes (1934)
Pe José Maria Domingues (1936)
1937-1938 Pe Manuel Marques
1938-1974 Pe Aníbal Dias Pacheco Pe José Rodrigues Redondo
Pe Henrique J.S. Ferreira (1966)
Pe António O. Veiga e Costa (1966)
Pe António M. Dias Nunes (1968)
1974 – 2017 Pe João M. Castelhano Pe Aníbal P. Castelhano (1975-1979)
Pe Jerónimo (1975)
Pe Manuel Pelino (1977-1988) (**)
Pe Carlos Delgado (1988-1994)
2017 – …. Pe Jorge da Silva Santos Pe Filipe Miranda Diniz (2017-2019)
Pe Francisco Silva (2019- presente)

(*) Para além destes elementos da equipa sacerdotal, diversos outros sacerdotes têm dado a sua colaboração à Paróquia de S. José, dos quais se relembram, nos anos mais recentes, os seguintes: Pe João Lavrador, Pe Ribeiro Jorge, Pe Paulo Monteiro para além do saudoso Monsenhor Nunes Pereira e diversos colaboradores Combonianos, dos quais destacamos o Pe Rafael Signoretti, entre outros.

(**) Até à sua ordenação como Bispo Coadjutor do Porto (13 de Março de 1988) e actual Bispo de Santarém (desde Março de 1998)

Atividades

1972 – 1973

Inicia a sua acção o “Movimento de Caridade”, que teve uma intensa actividade nomeadamente na promoção de:

– Colónias de Férias
– Passeios de doentes e idosos
– Farmácia
– Escola da Amizade

Além do Pároco, deu corpo a estas actividades um grupo de cristãos, participantes empenhados designadamente Mário Jorge, Gentil Neves, Raul Peneda, João Leitão, Madalena Leitão, Jerónimo, António Abade, Oliveira, Emília Maia, Fernanda Trindade, Paulo Andrade, Teresa Matos, Ricarte Matos, Rosário Gomes.

1977

Inicia as suas actividades o Centro Social de S. José que sucede ao Movimento de Caridade com as valências de Centro de Dia, Apoio Domiciliário e ATL.

ELEMENTOS DO(S) PROJECTO(S)

O projecto de arquitectura da Igreja Paroquial de S. José é datado de 1953, sendo seu autor o Arquitecto Álvaro da Fonseca. Existiu um ante-projecto, elaborado em 1947 que não chegou a ser aprovado, apresentando uma estimativa orçamental de cerca de 7 500 contos.

O projecto de engenharia (estabilidade das infra-estruturas) é da autoria do Engenheiro Civil António Manuel de Jesus Cardoso (Outubro de 1953).

A obra da Igreja Paroquial foi posta a concurso em 1953 (abertura das propostas a 28 de Novembro), vindo a mesma a ser consignada, em 24 de Dezembro deste ano, à firma Simões Pereira, L.da (Coimbra), pelo valor de 2 434 contos.

A 23 de Janeiro de 1957 procede-se à recepção provisória da obra (nova Igreja).

As esculturas interiores da Igreja (S. José, Nossa Senhora e a Via Sacra) são da autoria da escultora Maria Amélia Carvalheira.

As esculturas exteriores da fachada da Igreja (Anjos e S. José) são da autoria do escultor Nicolau Bertoni.

O projecto do Salão Paroquial e Capela Funerária (Dezembro de 1976) é da autoria do Arquitecto Sampaio e o de estabilidade e infra-estruturas dos Engenheiros Eugénio Cunha e Jorge Anjinho.

O projecto do arranjo do Adro é de Dezembro de 1978, sendo seu autor o Arquitecto Paisagístico Manuel Cerveira.

A sede do agrupamento S. Jorge dos Escuteiros foi construída em 1992.

A Capela do Areeiro foi ampliada e reconstruída entre 1987 e 1988.

O projecto de remodelação da casa adquirida em 1997 para Nova Sede do Centro Social é da autoria do Arquitecto José Fernando Oliveira (A3 Arquitectos).

A obra do Centro Social foi adjudicada à firma Santos Costa & Rua, L.da, tendo o seu custo final atingido o valor de 120 000 contos. Foi inaugurado a 19 de Março de 2001.