Somos agradecidos a Deus pelo dom que ofereceu à Igreja e à humanidade no Papa Francisco. Estávamos num tempo de grande perturbação na Igreja, com muita dificuldade de erguer a cabeça no meio de escândalos, afastamentos, dificuldades internas e externas que dificultavam a tarefa de levar por diante o projeto de Deus, o de sermos como Igreja peregrina unida a Cristo, o sinal da salvação de Deus para todos os povos da terra. Deus mostrou-nos de novo que não esquece o Seu povo e que nunca o deixa abandonado ou entregue às suas provações. (…) Não significa que tenham acabado as provações, mas temos a confiança necessária para continuar o caminho, animados pelo pastor que nos foi dado. (…)
Francisco gerou corações novos, vidas novas, esperanças novas em tantos homens e mulheres, que se reergueram nas situações difíceis em que se encontravam. Muitos viram por meio dele o olhar de Jesus, que cura, que perdoa, que acolhe, que dá esperança, que salva. A admiração e o assombro diante da sua profunda humanidade e da sua imensa piedade foram caminho de encontro com Jesus, proclamado e acolhido na eloquência simples dos gestos, mais do que na arquitetura sumptuosa dos discursos. (…)
O convite a caminharmos juntos uns com os outros e com Cristo, na Igreja, a que chamou caminho de sinodalidade, fica para nós como proposta consistente, profundamente evangélica, que traz a força de renovação comunitária de que precisamos. Ao mesmo tempo, define a atitude a que é chamada a Igreja neste mundo – caminhar com todos os homens no meio das suas tristezas para os ajudar a reconhecer Cristo que caminha com eles. (…)
Obrigado, Papa Francisco!
(D. Virgílio Antunes, Sé Nova, 23.04.2025)