Folha Paroquial 28.09.2025 — Domingo XXV do Tempo Comum — Ano C

Missa

Antífona de entrada Dn 3, 31.29.30.43.42
Vós sois justo, Senhor, em tudo o que fizestes. Pecámos contra Vós, não observámos os vossos mandamentos. Mas para glória do vosso nome, mostrai-nos a vossa infinita misericórdia.

Oração coleta
Senhor nosso Deus, que dais a maior prova do vosso poder quando perdoais e Vos compadeceis, derramai sobre nós a vossa graça, para que, correndo prontamente para os bens prometidos, nos tornemos um dia participantes da felicidade celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.

LEITURA I Am 6, 1a.4-7

«Agora acabará o bando dos voluptuosos»

O Evangelho vai mostrar-nos que a vida deste mundo prepara a do outro mundo; na medida em que vivermos aqui configurados com Cristo, nessa medida nos prepararemos para participar da sua glória. Assim, esta primeira leitura começa por nos pôr de sobreaviso contra as falsas seguranças deste mundo, sobretudo contra as riquezas e os prazeres tidos como ideal, como acontecia com aqueles a quem o profeta aqui se refere.

Leitura da Profecia de Amós

Eis o que diz o Senhor omnipotente: «Ai daqueles que vivem comodamente em Sião e dos que se sentem tranquilos no monte da Samaria. Deitados em leitos de marfim, estendidos nos seus divãs, comem os cordeiros do rebanho e os vitelos do estábulo. Improvisam ao som da lira e cantam como David as suas próprias melodias. Bebem o vinho em grandes taças e perfumam-se com finos unguentos, mas não os aflige a ruína de José. Por isso, agora partirão para o exílio à frente dos deportados e acabará esse bando de voluptuosos».
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 145 (146), 7-10 (R.1b)

Refrão: Ó minha alma, louva o Senhor. Repete-se

O Senhor faz justiça aos oprimidos,
dá pão aos que têm fome
e a liberdade aos cativos. Refrão

O Senhor ilumina os olhos dos cegos,
o Senhor levanta os abatidos,
o Senhor ama os justos. Refrão

O Senhor protege os peregrinos,
ampara o órfão e a viúva
e entrava o caminho aos pecadores. Refrão

O Senhor reina eternamente.
O teu Deus, ó Sião,
é Rei por todas as gerações. Refrão


LEITURA II 1 Tim 6, 11-16

«Guarda este mandamento, até à aparição do Senhor»

A vida é tempo de luta. Para o cristão ela tem de ser conduzida segundo as normas da fé; doutro modo, não seria uma vida cristã. O termo desta luta cristã é a aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo na sua glória, ao encontro de quem caminhamos.

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo a Timóteo

Caríssimo: Tu, homem de Deus, pratica a justiça e a piedade, a fé e a caridade, a perseverança e a mansidão. Combate o bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e sobre a qual fizeste tão bela profissão de fé perante numerosas testemunhas. Ordeno-te na presença de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu testemunho da verdade diante de Pôncio Pilatos: Guarda o mandamento do Senhor, sem mancha e acima de toda a censura, até à aparição de Nosso Senhor Jesus Cristo, a qual manifestará a seu tempo o venturoso e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores, o único que possui a imortalidade e habita uma luz inacessível, que nenhum homem viu nem pode ver. A Ele a honra e o poder eterno. Amen.
Palavra do Senhor.


ALELUIA 2 Cor 8, 9
Refrão: Aleluia. Repete-se
Jesus Cristo, sendo rico, fez-Se pobre,
para nos enriquecer na sua pobreza. Refrão


EVANGELHO Lc 16, 19-31

«Recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado»

O contraste entre a vida terrena do rico avarento e a do pobre e depois a vida futura de um e de outro mostra como será o resultado do bom ou mau uso que fizermos dos dons de Deus. É ele, afinal, que dá sentido à vida e lhe garante uma realização feliz ou infeliz, e isto para todo o sempre.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: «Havia um homem rico, que se vestia de púrpura e linho fino e se banqueteava esplendidamente todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, jazia junto do seu portão, coberto de chagas. Bem desejava saciar-se do que caía da mesa do rico, mas até os cães vinham lamber-lhe as chagas. Ora sucedeu que o pobre morreu e foi colocado pelos Anjos ao lado de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na mansão dos mortos, estando em tormentos, levantou os olhos e viu Abraão com Lázaro a seu lado. Então ergueu a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim. Envia Lázaro, para que molhe em água a ponta do dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nestas chamas’. Abraão respondeu-lhe: ‘Filho, lembra-te que recebeste os teus bens em vida e Lázaro apenas os males. Por isso, agora ele encontra-se aqui consolado, enquanto tu és atormentado. Além disso, há entre nós e vós um grande abismo, de modo que se alguém quisesse passar daqui para junto de vós, ou daí para junto de nós, não poderia fazê-lo’. O rico insistiu: ‘Então peço-te, ó pai, que mandes Lázaro à minha casa paterna – pois tenho cinco irmãos – para que os previna, a fim de que não venham também para este lugar de tormento’. Disse-lhe Abraão: ‘Eles têm Moisés e os Profetas: que os oiçam’. Mas ele insistiu: ‘Não, pai Abraão. Se algum dos mortos for ter com eles, arrepender-se-ão’. Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés nem aos Profetas, também não se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dos mortos’».
Palavra da salvação.

Meditação da Palavra de Deus: Reflexão

Partilhar o privilégio

Não tenhamos dúvidas: os que acreditam em Deus são uns privilegiados! Este Deus, “que reina eternamente”, dá-nos tudo o que ansiamos: faz justiça aos oprimidos, dá pão, liberta-nos quando estamos cativos, ilumina os nossos caminhos, anima-nos quando estamos abatidos, ampara os desprotegidos, “ama-nos”!!! Não é isto que diz o Salmo 146? Toca, pois, a agradecer e a “louvar o Senhor” – algo que fazemos de modo especial na Eucaristia.

Mas – e aqui está o busílis da questão… – para usufruir de todos estes privilégios, não basta acreditar. Como diz S. Paulo, é preciso seguir os mandamentos do Senhor, ou seja, ser justo, ser misericordioso, ter fé, praticar a caridade, ser “manso” e nunca desistir. Ou seja, confiar em Deus e deixar que seja Ele a comandar a nossa vida…

Todos sentimos que as seduções do mundo nos tentam: ter (muito) dinheiro, comer bem, ter prazer, conforto, garantia de vida tranquila… Ao ouvirmos Amós, desistimos deste Deus, pois é demasiado inconveniente, e preferimos continuar deitados comodamente nos nossos “leitos de marfim”, preferimos continuar a trabalhar para sermos ricos… E se ouvirmos hoje S. Lucas, somos mesmo tentados a trocar este Deus por outros deuses bem menos exigentes e bem mais sedutores…

Esquecemo-nos, facilmente, de que a vida é uma passagem… E quanto mais “Lázaros” nós formos, quanto mais “pobres no íntimo” nos sentirmos, mais perto estaremos do Céu, do consolo do nosso Deus, e bem distante estaremos dos “tormentos” sofridos por quem opta por outros deuses…

Se já somos homens e mulheres de Deus, não guardemos este privilégio, esta “graça”, só para nós. Atendamos ao pedido do homem rico e vamos depressa prevenir quem anda afastado, para que eles não vão para esse lugar de tormento, e comecem a viver as delícias do Reino de Deus, já aqui, neste lugar de passagem onde temos Deus como o nosso maior companheiro de viagem…
Jorge Cotovio (cristão leigo)


Oração sobre as oblatas
Deus de misericórdia, aceitai esta nossa oblação e fazei que, por ela, se abra para nós a fonte de todas as bênçãos. Por Cristo nosso Senhor.

Antífona da comunhão Cf. Sl 118, 49-50
Senhor, lembrai-Vos da palavra que destes ao vosso servo. A consolação da minha amargura é a esperança na vossa promessa.
Oração depois da comunhão
Fazei, Senhor, que este sacramento celeste renove a nossa alma e o nosso corpo, para que, unidos a Cristo neste memorial da sua morte, possamos tomar parte na sua herança gloriosa. Ele que vive e reina pelos séculos dos séculos.

Mais recentes