Folha Paroquial 12.05.2024 — Domingo VII Da Páscoa — Ano B

Missa

Antífona de entrada Cf. At 1, 11

Homens da Galileia, porque estais a olhar para o céu? Como vistes Jesus subir ao céu, assim há de vir na sua glória. Aleluia.

Diz-se o Glória.


Oração coleta

Deus todo-poderoso, fazei-nos exultar em santa alegria e em filial ação de graças, porque a ascensão de Cristo, vosso Filho, é a nossa esperança: tendo-nos precedido na glória, como nossa Cabeça, para aí nos chama, como membros do seu Corpo. Ele que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.


Ou:
Nós Vos suplicamos, Deus todo-poderoso, que, assim como acreditamos que o vosso Filho unigénito, nosso Redentor, hoje subiu aos céus, assim também nós habitemos em espírito nas moradas celestes. Ele que é Deus e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.


LEITURA I Atos 1, 1-11

«Elevou-Se à vista deles»


A Ascensão de Jesus é a última aparição do Ressuscitado que não só dá testemunho da verdade da Ressurreição, como faz compreender que Jesus vive agora na glória do Pai. A Ascensão manifesta assim o sentido pleno da Páscoa: depois de destruir o pecado e a morte com a sua Morte e Ressurreição, Jesus Cristo introduz o homem, que tinha assumido na Encarnação, na glória de seu Pai. O livro dos Atos dos Apóstolos, que apresenta a vida dos primeiros dias da Igreja, começa pela Ascensão do Senhor; assim nos é dado a compreender que a Igreja continua agora a presença de Jesus entre os homens, até que Ele venha, de novo, no fim dos tempos, para pôr o termo à história e nos sentar consigo à direita do Pai.


Leitura dos Atos dos Apóstolos

No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei todas as coisas que Jesus começou a fazer e a ensinar, desde o princípio até ao dia em que foi elevado ao Céu, depois de ter dado, pelo Espírito Santo, as suas instruções aos Apóstolos que escolhera. Foi também a eles que, depois da sua paixão, Se apresentou vivo com muitas provas, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando-lhes do reino de Deus. Um dia em que estava com eles à mesa, mandou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, «da qual – disse Ele – Me ouvistes falar. Na verdade, João baptizou com água; vós, porém, sereis batizados no Espírito Santo, dentro de poucos dias». Aqueles que se tinham reunido começaram a perguntar: «Senhor, é agora que vais restaurar o reino de Israel?». Ele respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade; mas recebereis a força do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém e em toda a Judeia e na Samaria e até aos confins da terra». Dito isto, elevou-Se à vista deles e uma nuvem escondeu-O a seus olhos. E estando de olhar fito no Céu, enquanto Jesus Se afastava, apresentaram-se-lhes dois homens vestidos de branco, que disseram: «Homens da Galileia, porque estais a olhar para o Céu? Esse Jesus, que do meio de vós foi elevado para o Céu, virá do mesmo modo que O vistes ir para o Céu».

Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 46 (47), 2-3.6-7.8-9 (R. 6)

Refrão: Por entre aclamações e ao som da trombeta,

ergue-Se Deus, o Senhor. Repete-se

Ou: Ergue-Se Deus, o Senhor,

em júbilo e ao som da trombeta. Repete-se


Povos todos, batei palmas,

aclamai a Deus com brados de alegria,

porque o Senhor, o Altíssimo, é terrível,

o Rei soberano de toda a terra. Refrão


Deus subiu entre aclamações,

o Senhor subiu ao som da trombeta.

Cantai hinos a Deus, cantai,

cantai hinos ao nosso Rei, cantai. Refrão


Deus é Rei do universo:

cantai os hinos mais belos.

Deus reina sobre os povos,

Deus está sentado no seu trono sagrado. Refrão



LEITURA II Ef 1, 17-23

«Colocou-O à sua direita nos Céus»

Sentando-se à direita do Pai, Jesus introduz a humanidade na comunhão definitiva com Deus. É este o fruto do seu sacrifício na Cruz, a comunhão com o Pai, e é a esperança de todos os que n’Ele creem.


Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios

Irmãos: O Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda um espírito de sabedoria e de revelação para O conhecerdes plenamente e ilumine os olhos do vosso coração, para compreenderdes a esperança a que fostes chamados, os tesouros de glória da sua herança entre os santos e a incomensurável grandeza do seu poder para nós os crentes. Assim o mostra a eficácia da poderosa força que exerceu em Cristo, que Ele ressuscitou dos mortos e colocou à sua direita nos Céus, acima de todo o Principado, Poder, Virtude e Soberania, acima de todo o nome que é pronunciado, não só neste mundo, mas também no mundo que há de vir. Tudo submeteu aos seus pés e pô-l’O acima de todas as coisas como Cabeça de toda a Igreja, que é o seu Corpo, a plenitude d’Aquele que preenche tudo em todos.

Palavra do Senhor.


ALELUIA Mt 28, 19a.20b

Refrão: Aleluia. Repete-se

Ide e ensinai todos os povos, diz o Senhor:

Eu estou sempre convosco

até ao fim dos tempos. Refrão



EVANGELHO Mc 16, 15-20

«Foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus»


Pela sua Encarnação o Filho de Deus desceu do Céu, fez-se homem, assumindo assim a condição de servo, e humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz; mas por isso Deus O exaltou, ressuscitando-O de entre os mortos e fazendo-O participar da sua glória, sentando-O à sua direita e dando-Lhe o nome que está acima de todos os nomes, o nome divino de Senhor: à humilhação na sua vida mortal corresponde agora a exaltação, que na Ascensão claramente se manifesta e nos milagres que se lhe hão de seguir na vida da Igreja.


Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for batizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado. Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados». E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus. Eles partiram a pregar por toda a parte e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.

Palavra da salvação.

Meditação da Palavra de Deus

Como posso ser cheio do Espírito Santo?

Depois de ouvirmos no Domingo passado falar do que faz o Espírito Santo em nós, podemos agora perguntar-nos: Então como ser cheio do Espírito Santo para sentirmos a sua ação em nós? Como recebemos o Espírito Santo?

Diz-nos o catecismo da Igreja Católica:

«A partir do Pentecostes, os Apóstolos, para cumprirem a vontade de Cristo, comunicaram aos neófitos, pela imposição das mãos, o dom do Espírito Santo que leva à sua plenitude a graça do batismo. A imposição das mãos é justificadamente reconhecida pela Tradição católica como origem do sacramento da confirmação, que perpetua, de certo modo, na Igreja, a graça do Pentecostes» (CIC, nº 1288). E o catecismo continua: «Bem depressa, para melhor significar o dom do Espírito Santo, se acrescentou à imposição das mãos uma unção com óleo perfumado (crisma). Esta unção ilustra o nome de “cristão”, que significa “ungido”, e que vai buscar a sua origem ao próprio nome de Cristo, aquele que Deus ungiu com o Espírito Santo» (CIC nº 1289).

Portanto o crisma é o sacramento pelo qual participamos no dom do Pentecostes e somos cheios do Espírito Santo. No entanto, em todos os sacramentos recebemos o dom do Espírito Santo, pois não há sacramentos sem a ação do Espírito Santo. Eles são sinais que realizam em nós a salvação operada por Cristo no seu mistério pascal, atualizando-a, isto é, tornando-a presente. Por isso é que Jesus, quando viu os discípulos tristes pelo anúncio que lhes fez da sua partida, isto é, da sua morte, afirmou-lhes: «Eu digo-vos a verdade: É do vosso interesse que Eu vá. Se eu não for, o Paráclito não virá a vós; mas se eu for, Eu vo-lo enviarei» (Jo 16, 5-11).

A vinda do Espírito é que permite a Jesus estar connosco até ao fim dos tempos. O Plano salvador de Deus é maravilhoso! Quando dou a absolvição a um penitente gosto de pensar que, pela imposição das mãos e pela oração, o Espírito Santo vem sobre aquele penitente para lhe dar força, ânimo, a paz e a alegria divina para ele se levantar do seu desânimo ou cansaço e se pôr a caminho com novo dinamismo. Quando dou o sacramento da unção aos doentes e em silêncio lhe imponho as mãos eu creio que o Espírito Santo é derramado sobre a fraqueza daquele doente, sobre os seus medos diante da doença para lhe dar a força e a paz de Deus.

Mas nem só pelos sacramentos somos cheios do Espírito Santo. Observamos, na Bíblia, que o “ser cheio do Espírito Santo” é uma experiência que se repete e se renova constantemente, dependendo de dois fatores interdependentes: o pedido do crente ou dos crentes coletivamente e a livre iniciativa divina que se dá inesperadamente.

Os apóstolos do Senhor foram cheios em várias ocasiões distintas:

  • E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem (At 2,4)
  • Tinham acabado de orar, quando o lugar em que se encontravam reunidos estremeceu, e todos ficaram cheios do Espírito Santo (At 4,31)

Isto não significa que o cristão que recebeu o Espírito Santo o venha a perder ou se esvazie completamente da sua presença, mas que, em certos momentos, essa presença torna-se tão poderosa que a pessoa se sente a transbordar completamente do poder de Deus fazendo uma experiência inefável do seu amor, da sua bondade e da sua alegria e com uma vontade grande de servir a Deus com fé, esperança e caridade.

O que podemos fazer então para sermos cheios do Espírito Santo?

Fazer o que Jesus mandou: «Digo-vos, pois: Pedi e ser-vos-á dado; procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á; porque todo aquele que pede, recebe; quem procura, encontra, e ao que bate, abrir-se-á.

Qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, se lhe pedir um peixe, lhe dará uma serpente?  Ou, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?

Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do

Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!» (Lc 11, 9-13). E Jesus acrescenta: “Digo-vos ainda: Se dois de entre vós se unirem, na Terra, para pedir qualquer coisa, hão de obtê-la de meu Pai que está no Céu. Pois, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles» (Mt 18, 19-20).

Ora, a experiência mostra que sempre que um pequeno grupo de cristãos se reúne para orarem uns pelos outros para serem cheios do Espírito Santo, Deus realiza o que prometeu, pois se há uma oração que Deus escuta sempre é aquela em que lhe pedimos o dom que Ele mais nos quer dar. O dom do Espírito Santo. Vamos reunir-nos dia 16 de maio, quinta-feira, às 21h30, na igreja de São José, para lhe pedirmos, humildemente, a graça de sermos cheios do Espírito Santo. Seria bom que nos preparássemos interiormente na oração e até fazendo jejum.

Oração

«Espírito que distribuis a cada um os carismas;

Espírito de Sabedoria e de Ciência,

É para Vós, Deus Paráclito, que voltamos a nossa oração.

Pedimos-vos para nos renovar com os vossos dons,

para pousares sobre nós como sobre os apóstolos no Cenáculo.

Infundi sobre nós os vossos carismas,

preenchei-nos com a sabedoria da vossa doutrina;

fazei de nós templos da vossa glória,

inebriai-nos com a bebida da vossa graça.

Curai-nos, queimai-nos com o vosso amor infinito

Concedei-nos sermos inflamados no louvor de Deus

E com a vossa força anunciarmos ao mundo

As maravilhas de Deus. Amen. (De uma oração do rito Siríaco

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