Domingo de Ramos Explicação

Iniciamos a Semana Santa com o Domingo de Ramos ou também conhecido como o Domingo da Paixão. Este domingo tem dois nomes, sendo o mais conhecido devido à primeira parte desta celebração. Normalmente, é marcado por uma procissão de ramos ou por uma bênção de ramos, daí o nome “Domingo de Ramos”. Mas também é chamado Domingo da Paixão porque, durante a missa, é o único domingo em que se lê a paixão de Jesus, ou seja, o seu sofrimento, crucificação e morte.

O Evangelho na missa será um pouco mais longo do que o habitual, mas neste momento, vamos falar apenas da primeira parte desta celebração: o Domingo de Ramos. A procissão de ramos é algo importante que podemos e devemos recordar nesta celebração. Este domingo é como a introdução ao que vai acontecer durante toda a semana. Este domingo prepara-nos para celebrar mais intensamente os dias e acontecimentos que teremos pela frente. Por isso, este domingo tem contrastes: começamos com um momento muito festivo, alegre, muito jubiloso, levantando as palmas e gritando “Viva Cristo Rei”.

No entanto, ao entrar nas leituras, especialmente quando chegamos ao clímax do Evangelho, ouviremos a paixão de Jesus, a sua crucificação e morte. Vamos, então, ajoelhar-nos quando ouvirmos as palavras “Jesus expirou”, deixaremos um momento de silêncio e depois nos levantaremos logo a seguir, na oração eucarística, onde, nas palavras da consagração, vamos recordar que Jesus ressuscitou. Assim, esta celebração inclui tudo o que viveremos na próxima semana, ao focarmos, mais uma vez, na procissão de ramos.

Os ramos simbolizam algo importante. Na época, o ramo era uma forma de dar boas-vindas a um rei, sendo a maneira como se cumprimentava o César, levantando ramos e proclamando vivas. A Jesus, na sua entrada em Jerusalém, também se lhe dá as boas-vindas como rei, com o povo a cortar ramos e a agitá-los de forma semelhante a como se saúda um rei. Vemos, no entanto, que em outros momentos Jesus tenta fugir, não querendo ser reconhecido como rei, como na multiplicação dos pães, onde ele se esquiva da tentativa de os coroados, mas nesta ocasião é completamente diferente. Parece que Jesus quer que o povo retenha a imagem de que Ele é o rei que entra em Jerusalém.

E que maneira de entrar em Jerusalém! E que forma de tomar posse da cidade eterna, Jerusalém, a cidade da paz! Ele entra assim como rei, mas o povo não sabe como Ele será coroado, nem como vai governar. Existem vários contrastes a acontecer aqui fora, mas também devem estar a acontecer no coração de Jesus. E é a partir do coração de Jesus que hoje nós devemos caminhar com Ele, não pela forma externa, mas prestando atenção aos movimentos internos do Seu coração. A palma, naquela época, era usada para cumprimentar o rei. Hoje, o que simboliza a palma nas nossas mãos? Não é apenas ter uma erva na mão, nem estamos a cortejar um rei qualquer. Hoje, a palma deve lembrar-nos da fé, da esperança, do amor, da oração, da confiança, de que acreditamos e confessamos que Jesus é o Senhor.

O que devemos manter firmemente não são só as palmas nas mãos, mas, principalmente, o nosso coração. A palma apenas simboliza algo externo, mas é no coração que devemos manter a fé, a esperança, o amor, a confiança e o reconhecimento de que Jesus Cristo é o Senhor.

Um dado interessante: Jesus escuta-nos. Ouve-se o povo proclamando-o como rei, mas não será que, dias depois, a mesma multidão vai soltar as palmas e fechar os punhos, gritando “Crucifiquem-no!”? É importante entender isto: quando soltamos a palma, a mão fecha-se em punho, e o coração encolhe-se.

Quando soltamos a fé, o coração esfria; quando deixamos a esperança, o coração apodrece; quando deixamos o amor, o coração morre. Reparem: não são apenas as palmas como aquelas que os israelitas levantaram há 2000 anos. Quando soltamos as palmas e fechamos os punhos, começamos a gritar ofensas contra Aquele que era o Salvador.

Hoje, se soltas a fé e deixas de segurar a palma no teu coração, se deixas de proclamar Jesus Cristo como Rei, acabarás por ofender a Deus. Terminarás em obscuridade, tristeza e amargura. Se os teus lábios não louvam, começarão a queixar-se de tudo. Aqui, trata-se de refletir e perguntar: O que é que está a sustentar o meu coração?

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